capitulo 56

Acordei já no outro dia às 6 horas da manhã, tinha que levar a July para o colégio. Fui ao banheiro, tomei um banho, fiz minhas higiênes e coloquei essa roupa Acordei a July, ela foi para o banheiro, tomou seu banho e se arrumou. Enquanto ela se arrumava eu fui à padaria comprei as coisas para o café da manhã e deixei tudo pronto na mesa. Minha mãe tinha acordado já. A July desceu, penteei seu cabelo, tomamos café da manhã e a levei para o colégio. Voltei pra casa e sentei no sofá um pouco ao lado da minha mãe.
Ana: Você cuida bem da July.
Brunna: É o meu papel agora né?
Ana: É sim, por mais que tenha feito o que fez eu me orgulho de você.
Brunna: Obrigado. –Sorri.
Ana: Seu pai me ligou hoje cedo.
Brunna: Sério? O que ele disse?
Ana: Que queria conversar.
Brunna: Bom ou ruim?
Ana: Acho que é bom. –Ela sorriu boba. A abracei.
Brunna: Então deu certo.
Ana: O que?
Brunna: Eu falei com ele lá. Só que eu acabei falando o que não devia.
Ana: O que disse?
Brunna: A gente estava conversando e ele disse que não me queria com o Galo que ele é moleque e tudo mais, ai ele me disse que não queria eu com ele porque não queria que ele me batesse em momento de raiva, ai a mim sem pensar soltei: “Ta com medo de que ele quase me mate do mesmo que você fez com a minha mãe?”.

Ana: Brunna!
Brunna: Foi sem querer mãe, me desculpa.
Ana: Ele ficou morrendo de ódio né?
Brunna: Nem fala, acho que ele não quer nunca mais olhar na minha cara. –Deitei no colo dela e ela ficou fazendo carinho na minha cabeça-. E pra piorar logo em seguida que ele me mandou sair de lá o Galo termina comigo. –Senti as lágrimas rolarem quentes no meu rosto.
Ana: Como assim ele terminou?
Brunna: Por um lado eu concordo, não quero que você se prejudique com o papai, não quero que a nossa família se acabe.
Ana: Entendo, mas logo tudo isso passa. Você vê o caso do Menor e da Dani, passou um tempo e o Polegar aceitou tudo isso.
Brunna: Mas é diferente mãe, eu e o Galo somos irmãos.
Ana: Por parte de pai só.
Brunna: Não deixamos de ser irmãos.
Ana: Uma hora seu pai vai entender.
Brunna: Espero, mas eu tenho que esperar o Galo, não vou ficar enchendo o saco dele até ele não me querer mais.
Ana: Ele te ama, boba.
Brunna: Ele pulou fora.
Ana: Ele deve está tão confuso quanto você.
Brunna: Mas a gente podia resolver tudo isso juntos.
Ana: É bom, deixa o Polegar se acostumar com a ideia, ai depois ele não vai nem ligar de vocês dois juntos mais.
Brunna: Eu queria que nada fosse desse jeito.
Ana: Nem tudo na vida sai como a gente quer.

Brunna: Eu sei. –Levantei do colo dela e rodei a minha aliança no dedo.
Ana: Vai ficar tudo bem. –Ela secou as minhas lagrimas-. Ele que te deu?
Brunna: Foi. –Sorri de lado.
Ana: Parece que foi cara.
Brunna: E foi ele comprou antes de ficarmos juntos.
Ana: Como assim?
Brunna: Longa história e eu tenho que ir. Não posso deixar os moleques na mão. –Levantei do sofá, fui ao meu quarto, peguei minhas armas, meu nextel e fui para a boca. Cheguei lá, ajudei os moleques lá no comércio e depois fui buscar a July no colégio. Deixei-a em casa e almocei na rua. Fui subindo o morro a pé mesmo até que encontro o Wesley vindo.
Wesley: Sepá quero conversar contigo?
Brunna: Agora?
Wesley: É.
Brunna: Manda ai. –Sentamos na calçada e ele começou a mandar o papo.
Wesley: Cê ainda ta com o cara lá?
Brunna: Não.
Wesley: Por quê?
Brunna: Altas tretas.
Wesley: Porra Brunna, ser sincero contigo na boa, mas to afim pra caralho de você. –Fiquei olhando para o chão e depois olhei pra ele.
Brunna: Wesley, na boa, eu até curtia ficar contigo, mas não rola mais não, to em outra já.

Wesley: Acabou de dizer que não está com o outro cara lá.
Brunna: Mesmo assim.
Wesley: Beleza.
Brunna: Era só isso?
Wesley: Só.
Brunna: Valeu então, vou lá. –Levantei e fui andando. Voltei para a boca e quando foi 23 horas voltei para a minha casa. Tomei um banho, a July já dormia e a minha mãe também. Fui até a cozinha, comi a comida que estava na panela, vi um pouco de TV e fui dormir. Acordei no outro dia no mesmo horário e levei a July para o colégio.
Galo Narrando
Vei ainda não estava acreditando que meu pai tinha descoberto tudo, que tudo já estava de cabeça pra baixo. Depois que fui embora da casa da Brunna fui para a boca e fumei altos baseados. Sai de lá era 2 horas da manhã, fui pra casa estava na maior larica, fiz dois sandubão, coloquei suco em um copo e comi tudo. Dormi pela sala mesmo, acordei por volta das 14 horas com a campainha tocando. Levantei do sofá e fui atender a porta. Era o TL.
TL: Fala viado.
Galo: E ai vei. Entra ai pow.
TL: Cara de cu é essa vei? Tava dormindo?
Galo: Me diz o que você acha? Senta ai que eu vou lá em cima e já volto. –Fui ao meu quarto, tomei um banho, fiz minhas higiênes, sai do banho, coloquei uma cueca Box branca, uma bermuda, meu chinelo da Nike, meu cordão, passei um desodorante e um perfume. Desci às escadas e o TL tava todo a vontade no meu sofá vendo TV.
TL: Se demorasse mais um pouco eu aguardo com certeza.
Galo: Não fode.
TL: Ai mano que treta foi aquela que teu pai ficou bêbado pra caralho ontem?

Galo: Meu pai? Bêbado ontem?
TL: É vei, a Yasmin me falou umas paradas lá só que nem me liguei a Manu tava chorando pra cacete.
Galo: Ih ele descobriu do meu lance com a Brunna e ficou todo putão lá. Ele não vai perdoar nós tão cedo. Ele ta puto até com a tia Ana porque ela sabia e não disse nada a ele.
TL: Eu sabia que isso ia dar merda.
Galo: Então porque não me disse antes seu cu? –Fui até a cozinha e preparei um sanduíche com suco, voltei pra sala e sentei no outro sofá.
TL: Pensei que já estivesse ciente de tudo isso.
Galo: Porra a gente tava pensando como eu ia contar pra ele, bando de cu quem contou pra ele.
TL: Ele já sabia?
Galo: Porra pelo jeito que ele falou com nós lá na casa dela com certeza alguém falou com ele.
TL: E a tia Ana?
Galo: Ih vei, ela ta mal pra caralho. Ela é louca no meu pai.
TL: To ligado. Mas aqueles dois lá logo voltam.
Galo: To nem esquentando com os dois lá, meu pai não dura muito tempo sem a minha mãe não, mas a parada mesmo é eu e a Brunna.
TL: Desencantou?

Galo: Não, não. Aquela lá me lançou de verdade.
TL: É, percebi. Mas e agora? O tio que nem aceitar.
Galo: E nem vai tão cedo. Na boa, acho que vou dá um tempo com ela sabe porque não vai dar pra nós dois ficar do jeito que ta não. Esperar meu pai aceitar melhor a gente e tal ai depois a gente volta.
TL: Beleza vei, ela ta lá na casa de vocês lá.
Galo: Fazendo?
TL: Dormiu lá porque a Yasmin teve que cuidar da Manu e ela ia conversar com o pai dela.
Galo: Ixi, vou lá vei. Vou ver se conversamos nós três juntos.
TL: Jaé vei vai lá. –Saímos da minha casa ele pegou outro rumo e eu fui indo pra casa do meu pai, cheguei à esquina e vi minha loira saindo chorando e entrando no carro. Andei mais depressa cheguei lá e pedi pra ela abrir. Conversamos e chegamos em um consenso que o melhor agora seria terminar e que mais pra frente quando tudo tivesse resolvido a gente voltava. Eu realmente estava o disposto a esperar ela, eu sei que vou aguentar é a minha pequena por ela faço tudo.
Os dias se seguiram e já fazia 2 semanas que eu não via a Brunna, via meu pai de longe pelo morro e ele nem falava comigo. Fiquei sabendo que a tia Ana e o meu pai se acertaram.
Hoje é quarta-feira, 19 horas e to em casa cuidando do João Victor, filho da Lorena, ela me pediu pra ficar com ele enquanto ela ia a mãe dela.
João Victor: Tio, que horas minha mamãe volta? -A gente estava sentada na calçada da rua comendo cachorro-quente e tomando coca-cola.
Galo: Logo.
João Victor: Às vezes eu queria que voxe foxe meu papai sabe. Meu papai é muito chatinho.
Galo: Que isso moleque. –Ri-. Considero-te como um filho.
João Victor: Valeu tio. –Ele riu. Vi a Lorena subindo o morro e vindo até a gente.

Ela parou na nossa frente.
Lorena: Oi! –Ela sorriu.
Galo: Oi. –Sorri. A Lorena mudou bastante desde a época que ela era minha mulher para agora. Ela amadureceu bastante depois do Victor, ta uma mulher de verdade sabe.
Lorena: Obrigado ta Galo? –Me levantei do chão junto com o Victor.
Galo: Que isso Lorena, precisando to ai, me amarro nesse moleque. –Baguncei o cabelo dele.
Lorena: É um bom menino, agora temos que ir né filho?
João Victor: É sim mamãe. –Ele deu a mão para a Lorena-. Tchau tio.
Galo: Tchau moleque. –Me levantei.
Lorena: Obrigado Galo. –Ela me abraçou e me deu um beijo no rosto, retribui.
Galo: Que isso. –Sorri, ajeitei o boné. A Lorena foi embora com o João. Peguei minha moto e fui para a boca. Cheguei lá, tava o TL e um camarada lá na maior discussão.
Galo: E ai qual foi do bagulho?
TL: O fdp aqui quer pegar a erva mas não tem o dinheiro.
Xxx: Mas eu vou pagar depois. – O cara já tava com os olhos todo avermelhado.
Galo: Ai cumpade aqui só trabalhamos com dinheiro, rala. –Chutei ele pra fora da boca e fiquei lá com os moleques vendo o movimento e tomando umas geladas.
Fui pra casa umas 23 horas, deitei no chão da sala mesmo e dormir.

Acordei no outro dia com o sol batendo no meu rosto. Levantei e olhei para o chão. Estava com dor de cabeça. Fui até a cozinha tomei um dorflex com energético. Subi para o meu quarto, entrei no banheiro, tirei minha roupa, entrei no Box e tomei um banho bem gelado. Sai com a toalha enrolada na cintura, vesti uma cueca Box, uma bermuda, uma camisa da polo, calcei um Nike, coloquei um boné da oakley e sai de casa. Subi na minha moto e fui a alta velocidade subindo o morro. As mina pira muito na minha finta. Passei pela casa da Lorena e ela estava saindo da casa dela com o João Victor.
Lorena: Ei! –Ela gritou. Dei meia volta e parei ao lado deles.
Galo: Oi. –Sorri-. E ai moleque, tranquilo? –Fiz um toque de mão com ele.
João Victor: E ai tio.
Lorena: Queria conversar com você.
Galo: Agora?
Lorena: Agora não dá tenho que levar o João pra escolinha e ir trabalhar.
Galo: De noite então?
Lorena: Ta bom.
Galo: Passa lá em casa umas 20 horas, beleza pra ti?
Lorena: Aham.
Galo: Vou ir lá então, era só isso né?
Lorena: Era sim.
Galo: Fui então, tchau moleque. –Liguei a moto novamente e fui pra boca.
Lorena Narrando
Desde que eu tive o João Victor, muito antes mesmo dele nascer, o Galo já ficava do meu lado pra qualquer. Mesmo depois de eu ter errado pra caralho com ele, mesmo depois dele saber que o João não era dele. Acho que ele ficou meio decepcionado, eu também fiquei, queria muito que fosse do Galo. Hoje eu vejo que ele seria um ótimo pai para o meu filho, melhor ele está sendo mil vezes melhor que o pai verdadeiro do João. Ele foi embora de casa tem alguns meses, pra ser sincera não faz falta.

Eu estou conseguindo levar a minha vida com o meu filho, só nós dois e estou muito feliz com isso. Porém, ultimamente, eu venho sentindo coisas no meu coração, dentro de mim, no meu estômago que não é normal meu. Isso nunca aconteceu comigo. Vira e mexe isso sempre ocorre quando o Galo chega, quando ele me abraça, me dá um beijo no rosto. Ah se eu tivesse o valorizado mais, que arrependimento. Agora eu entendo bem o significado da palavra amor e é isso que eu sinto por ele. Podem dizer mil vezes que isso que eu to sentindo é falta de homem, é interesse meu, mas não é. O que eu sinto por ele é mais forte do que o amor que os meus pais sentem um pelo outro.
Hoje eu amanheci o dia com o pensamento de ir conversar com ele, que eu esteja sabendo ele não está ficando com ninguém do morro, o que é estranho, ele sempre foi putão, mas que seja as pessoas mudam.
Assim que deixei o João no colégio, fui para o trabalho. Eu trabalho de secretária em uma empresa multinacional. Confesso que meu chefe já deu umas 3500 cantadas, já me chamou milhares de vezes pra ir a casa dele, mas eu conheço bem esses tipos de homem então eu sempre o dispenso educadamente. Passei a tarde toda separando papeis para o meu chefe assinar e pensando em como iria chegar no Galo a noite.
Umas 18 horas meu expediente acabou e fui para a minha casa. Cheguei lá liguei para a minha mãe, na segunda chamada ela atendeu.
Início da Ligação Lorena: Alô mãe?
Miriam: Oi filha.
Lorena: Mãe tem como ficar mais um pouco com o João pra mim?
Miriam: Vai sair?
Lorena: Tenho um compromisso agora a noite que não da pra adiar.
Miriam: Tudo bem filha, fico sim.

Lorena: Valeu mãe. –Aproveitei esse tempo que tinha, dei uma geral na casa, arrumei as coisas do colégio pra amanhã do João e fui me aprontar para o Galo. Eram 19 horas e ainda tinha tempo pra tudo era aqui perto. Tomei um banho de 20 minutos, sai enrolada na toalha, liguei um som, procurei uma roupa bem bonita. Passei chapinha no meu cabelo, fiz um make bem lindo, me perfumei toda, passei hidratante e coloquei meus acessórios. Eu fiquei assim.

Assim que fiquei pronta fui para a casa do Galo. Cheguei lá toquei a campainha e o mesmo só estava de bermuda, havaianas e uma camisa no ombro. Parecia que tinha acabado de sair do banho. Estava tão lindo, com aquele sorriso sacana no rosto, corpo meio molhado, cordão no pescoço.

Galo: Ual. –Ele sorriu.

Lorena: Posso entrar?

Galo: Claro, pode sim. –Entrei na casa dele e sentei no sofá-. Quer alguma coisa?

Lorena: Não, não eu estou bem.

Galo: OK. –Ele sentou do meu lado no sofá-. Então, o que queria conversar comigo? –Ele me fitou nos olhos e na hora me deu um branco, um gelo, umas coisas estranhas na barriga.

Lorena: E...Eu....E-E-E Eu.

Galo: Que isso Lorena virou gaga agora? –Respirei fundo.

Lorena: Não, eu não fiquei gaga é que...

Galo: É que...?

Lorena: É que eu esqueci do que eu ia te falar.

Galo: Porra você se arruma toda, chega aqui e esquece? –Ele riu.

               

       continua
      gente to muito feliz pelos comentarios obg..